sábado, 4 de junho de 2011

Agridoce, de Simone O. Marques

Conheci a escritora Simone O.Marques no lançamento do livro


Asgard a saga dos nove reinos...uma pessoa muito agradavel...

Desconhecia esse seu trabalho...mas pelo pouco que li em seu

Blog me chamou muito atenção..Portando estou recomendando

a todos esse otimo livro...




Eddy khaos










PRÓLOGO

Era a segunda noite que Anya ia até a praia naquela semana. Aproveitava a “semana do saco cheio” na faculdade e ia ver o mar. Havia chovido muito na noite anterior e ela fora privada daquele momento.

Anya só podia sair à noite, pois possuía uma alergia aos raios UV desde criança. Ficar sem o sol a deprimia, mas encontrava alento na paisagem maravilhosa: o mar, a lua, as estrelas. Algumas pessoas passeavam pela orla com cachorros e alguns casais de namorados se enroscavam sentados em bancos junto à areia.

Anya respirou fundo e, sentada, puxou os joelhos de encontro ao peito apoiando queixo sobre eles. Acabara de completar vinte anos e estava no último ano da faculdade onde cursava gastronomia, mas era uma garota solitária, não gostava de “baladas” e as poucas amigas a chamavam de “cocooner”.

A brisa que vinha do mar tocava sua pele branca, como se uma mão suave a acariciasse. O que aconteceria se resolvesse sair de casa na manhã seguinte e se expusesse ao sol? Com certeza seu pai não deixaria, ele sempre trabalhou à noite para que durante o dia pudesse ficar com ela, dar-lhe atenção e ajudá-la a não se sentir sozinha. Sorriu balançando a cabeça. Aquele pensamento sempre invadia sua mente: sair ao sol.

Um aroma diferente chamou sua atenção naquela noite. Anya era uma apreciadora de aromas, tinha um olfato sensível e algo diferente mexeu com ela àquela hora. Seu sangue se agitou ao sentir uma mistura deliciosa de perfumes doces e azedos, um toque de açúcar e sal. Olhou ao redor tentando descobrir de onde vinha. Algumas pessoas caminhavam pela areia naquele início de noite de lua cheia, mas nenhuma delas transmitia aquele perfume. Procurava alguma barraquinha na praia, mas não havia nada por ali àquela hora. Ansiosa, voltou para casa e aquele perfume a acompanhava. Pegou uma panela de cobre que mantinha dependurada em uma coifa de inox sobre o fogão, precisava decifrar aquele aroma...

“Agridoce...”, ela pensava nos ingredientes apelando para sua memória olfativa. Quando seu pai chegou, já passava das onze horas e a encontrou diante do fogão com as bochechas rosadas, os cabelos presos em um coque alto e alguns fios pendiam sobre sua testa. Curioso, ele perguntou se era alguma experiência para a faculdade, ao que ela respondeu que era uma experiência pessoal. Anya foi para a cama de madrugada, atormentada pelo aroma que não decifrara.

O dia seguinte se arrastou de forma irritante. Seu pai foi obrigado a comparecer a uma reunião na universidade e ela ficou sozinha. Andou pela casa, experimentou mais algumas receitas, pesquisou na internet e em seus livros as possíveis combinações para encontrar aquele aroma.

No início da noite ela correu para a praia na esperança de que o vento trouxesse aquele aroma novamente até ela. O que a estava irritando era que a simples lembrança daquele perfume a fazia sentir água na boca... Ficou sentada na praia por mais de duas horas e já desanimada olhava para a espuma branca das ondas que quebravam na areia. Não acreditava sentir aquele aroma novamente.

Suspirando se levantou batendo a mão na calça jeans para tirar a areia, quando aquele aroma chegou trazido pelo vento. Ela correu os olhos pela praia, procurando a origem daquele aroma e começou a andar aflita pela areia. Chegava a se assemelhar a um cão perdigueiro em busca da caça, usando seu apurado e sensível olfato.

O perfume ficou mais forte e ela sentia a ansiedade da aproximação, mas ainda não descobrira sua fonte. Olhou na direção do mar e prendeu a respiração. Um jovem, com um corpo maravilhoso, saía da água depois de nadar... Ele balançou a cabeça a fim de tirar o excesso de água dos cabelos lisos e Anya não acreditava... o aroma vinha dele! Não havia dúvida!

Seu coração acelerou e ela sentiu o rosto esquentar. Era uma garota tímida, recatada, mas seu corpo a impulsionou na direção daquele belo homem que chegava à areia. O perfume dele, uma mistura de doce e salgado fazia o corpo inteiro dela vibrar. Anya se surpreendeu consigo mesma quando se colocou sedutoramente diante do rapaz, que, parecendo surpreendido, a olhou com um brilho divertido nos olhos verdes.

O impulso foi maior do que a vergonha ou a razão e Anya, sem dizer uma palavra sequer, passou a mão pelo belo corpo dele e encostou o nariz em sua pele... Era o aroma que a atormentava! Como em filmes que assistira, Anya colou seu corpo ao dele e ele a puxou de volta para a água... O cheiro da pele dele se acentuou e o sal estava na medida certa. A sensação olfativa era maravilhosa, mas ela tinha que experimentar... Ela o beijou no peito e no pescoço, sentindo o sal em sua língua, então... o mordeu até sentir que a pele dele rasgava sob seus dentes...

Estava ali o sabor que tanto procurara, o doce sangue que a fez pensar em frutas flambadas, temperado com o sal da água do mar, a perfeição... o sabor agridoce...






Simone O. Marques



Mini-Biografia



Paulista, escorpiana, mãe, pedagoga de formação e escritora. Nasceu no ano em que Woodstock mexeu com o mundo, no ano em que o homem pisou na lua... Desde pequena seu desejo era ser professora. Fez magistério em escola pública, pedagogia na PUC de São Paulo e Mestrado em educação na Universidade Federal do Paraná. Trabalha desde os 16 anos com educação. Lecionou para crianças na educação infantil, para cursos de magistério, na universidade em cursos de graduação e pós-graduação. Trabalhou no projeto Fazendo Escola, da prefeitura de Curitiba, capacitando professores e no projeto Alfabetização Solidária na cidade de São Gabriel da Palha no Espírito Santo.


Mudou de casa oito vezes...atualmente mora em Recife e de sua janela pode ver o mar, de onde tira sua inspiração.Escreveu seis livros e vários contos, que estão disponíveis em seu blog.


Em fevereiro de 2007 teve um sonho... tão complexo, tão intenso que, quando acordou, se viu obrigada a escrevê-lo. Colocou a história em linhas gerais, mas procurando preservar os detalhes e quando terminou de escrever releu a história e ela havia ficado muito boa! Então... pegou um pequeno caderno e começou a escrever e não parou mais...


Essa história de criação foi acompanhada por uma história de descoberta pessoal. A autora afirma quanto aos livros: "Eu os criei, mas fui modificada por eles..."


Além do livro Agridoce e da Saga Paganus, a autora possui contos publicados em diversas antologias, tais como:

“GARRA CINZENTA”: A PRIMEIRA HISTÓRIA EM QUADRINHOS DE TERROR DO BRASIL ESTÁ DE VOLTA

Garra cinzenta Ampliada



Se parar para pensar que em 1937 heróis comoBatman e Super-Homem ainda não existiam e que a Marvel nem havia sido fundada, o surgimento deGarra Cinzenta neste ano é nada menos que revolucionário. Publicada pela primeira vez no jornal paulista A Gazeta, a obra é tida por muitos como a primeira HQ de terror do Brasil, já que traz no personagem-título um vilão insano e maquiavélico com face sinistra semelhante a uma caveira. Considerada uma das obras mais cultuadas, discutidas e pouco conhecidas da história dos quadrinhos no país, de acordo com vários estudiosos Garra Cinzenta teria influenciado diversas HQs italianas e até a própria Marvel Comics, criada dois anos depois, através de sua exportação para países como México, França e Bélgica, onde fez grande sucesso.


Além do interesse despertado por seu conteúdo – roteiros baseados em filmes norte-americanos e desenhos inspirados no gênero noir -, a lendária história em quadrinhos têm diversos outros pontos intrigantes. Um deles é a identidade de seu autor, que até 2008 se acreditava ser de um jornalista chamado Francisco Armond, mas que na verdade se tratava do pseudônimo de Helena Ferraz de Abreu, diretora da Livraria Civilização e dos jornais Gazeta de São Paulo e Correio Universal. Livro com valor de documento histórico não apenas para os quadrinhos mas para a reconstrução do passado brasileiro, Garra Cinzenta ganha merecida edicação de luxo pela Conrad, já disponível no site da editora por R$ 39,90.

Lançamento de A Fantástica Literatura Queer sai do armário!


h1 junho, 4 - 2011



Siiim!! Demorou, mas saiu: a Fantástica Literatura Queer estreia em 2 volumes e já está em pré-venda pelo site da Tarja Livros:





O na sexta-feira, dia 24 de junho/2011 – a partir das 18h no Bardo Batata – Rua Bela Cintra 1333 – Jardins – São Paulo/SP (perto da estação Consolação do metrô).



Venha nos prestigiar nessa festa!!


A Fantástica Literatura Queer é obra exemplar de como devem se pautar obras literárias coletivas: o respeito e destaque da diversidade. Luiz Mott


Diversidade: a palavra mágica.



15 Autores brasileiros unidos por um ideal comum: prestar uma homenagem fantástica ao amor entre iguais. Queers são eles, somos nós, somos todos – conjugado assim mesmo, no coletivo, pois nossas diferenças não importam realmente. E do mesmo modo como a vivência de gays, lésbicas e transexuais não cabe em um gueto, A Fantástica Literatura Queer não cabe em um rótulo. É escancarada.



Aceite o convite e embarque conosco em uma aventura caleidoscópica através de mitologias, distopias e ideologias; voe nas asas de 15 histórias de ficção científica, fantasia e terror que contemplam o amor e o prazer, desafiam preconceitos e proibições.

A porta do armário foi derrubada, as cortinas estão para se abrir... Desfilarão por este palco anjos e demônios, deuses e fantasmas, feras da noite e criaturas sobrenaturais, guerreiros e meros mortais – gente como eu e você, partilhando as emoções de um espetáculo inédito para a literatura brasileira, cuja estrela principal é o Amor que só não ousa ficar calado.



@s ParticipAntes



Volume Vermelho



Alliah é natural de Niterói (RJ). Estudante de Artes Plásticas, é escritora, desenhista e pintora. Publicou nas coletâneas VII Demônios ~ Luxúria (2011), Deus Ex Machina (2011), VII Demônios ~ Inveja (2011), Cursed City (2011), Cyberpunk ~ Histórias de um Futuro Extraordinário (2010) e FCdoB ~ Ficção Científica do Brasil ~ Panorama 2008-2009 (2009).



Camila Fernandes é de São Paulo (SP). Escritora, revisora e ilustradora. Participou das coletâneas Necrópole – Histórias de Vampiros (2005), Necrópole – Histórias de Fantasmas (2006), Visões de São Paulo – Ensaios Urbanos (2006), Necrópole – Histórias de Bruxaria (2008), Paradigmas – volumes I, II e III (2009) e Extraneus 2 – Quase Inocentes (2010).



Cesar Sinicio Marques é de Guarulhos (SP). Psicólogo e estudante de Letras. Além de escrever, estuda Semiótica – pretende fazer Mestrado em análise da narrativa em video games – e compõe para peças de teatro musical.



Rogério Paulo Vieira é formado em Ciências Contábeis e Atuariais, trabalha como funcionário público, atuando na área fiscal-tributária. Possui contos publicados no fanzine Megazine Scarium



Monica Malheiros nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Técnica publicitária formada e graduando em Letras. Distúrbia é seu primeiro conto a ser lançado e em seu blog, The Last Of Diary, podem ser encontrados outros trabalhos da autora.



Laura Valença Guerra é do Rio de Janeiro (RJ). Tradutora e professora de Inglês, autora de ficção, crônicas e poesia, além de ser estudante de Letras. Participa das antologias Painel Brasileiro de Novos Talentos – Volume 17 (2002) e Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 2 (2003).



Cristina Lasaitis é de São Paulo (SP). Escritora, revisora, biomédica e mestre em psicobiologia, realizou pesquisa sobre as bases psicofisiológicas da homofobia (dissertação: Aspectos afetivos e cognitivos da homofobia no contexto brasileiro – Um estudo psicofisiológico, 2009). Lançou o livro Fábulas do Tempo e da Eternidade (2008).





Volume Laranja



Claudio Parreira é de São Paulo (SP). É escritor e jornalista. Foi colaborador da Revista Bundas, do jornal O Pasquim 21, Caros Amigos, Agência Carta Maior, entre outras. Participou das antologias Contos da Algibeira, Fiat Voluntas Tua, Dimensões.BR, e também do Portal 2001. É colunista d’O BULE.




Cindy Dalfovo estuda Engenharia de Controle e Automação. Gosta de assuntos como jogos, RPG, literatura, história e ciência, e tenta misturar todos esses interesses em seus textos.




Daniel Machado é estudante de literatura, em vias de concluir mestrado, e professor pela secretária de educação do Distrito Federal, amante das contos épicos e fantásticos.




Eric Novello é autor, tradutor e roteirista. Seu romance mais recente é Neon Azul (2010).




Kyran é estudante de História. Esboça suas fantasias com base em animações e quadrinhos do gênero "yaoi" (ou "boys love"), popular na cultura nipônica.




Osíris Reis ziguezagueou pela Medicina e Mecatrônica até formar-se em Audiovisual. É autor de Treze Milênios (2006), participou de várias coletâneas de Ficção Fantástica, além de Colossus dos X-men: as Crônicas Proibidas, uma história homoerótica.




Renato A. Azevedo é autor de De Roswell a Varginha (2008). Consultor da revista UFO, colaborador da revista Scifi News, co-editor do site Aumanack. Autor convidado nas antologias UFO: Contos Não Identificados e Medieval Scifi. Participante da antologia Histórias Fantásticas Vol. 1, e Imaginários 4.




Rober Pinheiro é publicitário, tradutor e revisor. Publicou o romance Lordes de Thargor, o Vale de Eldor (2008) e participa das antologias Sagas, Vol. 1 – Espada & Magia (2011), Histórias Fantásticas 2 (2011), Paradigmas (2010), Imaginários (2010) e Medieval Sci-Fi (2010).




Dados Técnicos:


Obra: A Fantástica Literatura Queer – Vermelho
Autoria: Alliah, Camila Fernandes, Cesar Sinicio Marques, Rogério Paulo Vieira, Monica Malheiros, Laura Valença Guerra e Cristina Lasaitis
ISBN: 978-85-61541-30-9
Páginas: 178
Formato: 14x21cm
Ano: 2011





Obra: A Fantástica Literatura Queer – Laranja


Autoria: Osíris Reis, Cláudio Parreira, Eric Novello, Renato A. Azevedo, Cindy Dalfovo, Daniel Machado, Kyran e Rober Pinheiro


ISBN: 978-85-61541-31-6


Páginas: 178


Formato: 14x21cm


Ano: 2011