segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Lake of Dracula fime japones


lakeofdracula
According to legend vampires cast no reflection, so it is perhaps not so surprising that this attempt from Toho Studios to mirror a strain of cinema so grounded in European folklore should lack any real bite.
Jasper Sharp, sobre Lake of Dracula in Midnighteye.com

Tropecei à algumas semanas numa atrás numa curiosa limited edition de 3 DVD, editada pela Shadow Warrior (uma obscura editora britânica de clássicos de terror e exploitation japoneses), com três dos seis filmes que Michio Yamamoto realizou para a Toho, tentando responder às cada vez maiores edições de culto que a Hammer lançou nos finais de 60 e principios de 70. Esta suposta triologia contém Chi o suu bara (Bloodthirsty Roses, aka Evil of Dracula), o já conhecido Lake of Dracula e a curiosidade Yureiyashiki no Kyofu (Bloodsucking Doll, aqui 'renomeado' como Legacy of Dracula, atirando o futuro comprador para a confusão).

Se as duas primeiras obras são já conhecidas dos fans do cinema de terror japonês dos anos 70, sobretudo pela presença de Shin Kishida, o Christopher Lee japonês e figura de culto do B japonês, já Bloodsucking Doll é um dos filmes menos vistos da cinematografia curta deste realizador e a 'cereja no topo do bolo' desta edição, revelando uma pérola do cinema de vampiros japonês.

Muito já foi dito sobre estes 3 filmes já clássicos da Toho, como a sua irresistível cheesiness e pirosa abordagem aos cénarios e clichés 'ocidentais', em mansões 'ocidentais' repletas de espelhos e candelabros, com belas vampiras em vestes decotadas e transparentes ('resuscitando' visões das Hammer Pin ups), mas o que fica de uma visão mais atenta, e algo contraditória à crítica a Lake of Dracula da Midnight Eye, é a forma como Yamamoto 'acarinhou' a direcção destes três filmes, tornando-os documentos de culto quase imediatos.

Com bandas sonoras datadas mas irresistíveis, 'paisagens psicológicas' de gosto exploitation soberbas, que aglomeraram todas as influências do cinema de terror dando-lhe um sabor muito anos 70 (uma das décadas mais interessantes do cinema B japonês), estas três já clássicas pérolas do cinema de vampiros merecem uma redescoberta urgente, talvez para tirar alguma da carga negativa que a crítica foi dando a estes filmes (e sobretudo a Lake of Dracula) e para dar a conhecer a tão menosprezada obra de Yamamoto.

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