sábado, 30 de maio de 2009

A escritora e o vampiro





Estava ela pensando sobre seu novo livro de poesias, em que estava trabalhando, enquanto caminhava pelas ruas escuras do Rio de Janeiro, madrugada afora.
Nana olhava atentamente para os lados e para escuridão que rodeava aquele lugar. Ela estava com medo, pois não conhecia nada por essas bandas
Olhou em seu relógio de pulso, o marcador informava, já era três da madrugada.
Ela reclamava em silencio!
- Droga! As horas estão passando muito rápido! E nada dele chegar!
Aquelas ruas lembravam mais os labirintos de um filme de terror. Ela já estava a um bom tempo andando de lá pra cá, sem chegar a lugar algum e pra ajudar, praticamente, não havia iluminação nas ruas.
Na escuridão, passos eram ouvidos.
Nana, a escritora assustada, parou. Olhou para todos os lados, forçando sua visão em meio à escuridão, mas não havia ninguém. A não ser ela e as sombras a sua volta.
De tanto andar as escuras, acabará parando em uma rua sem saída.
Ela pensava. Enquanto seu coração batia em rimo acelerado.
O que passava em sua cabeça, aceitar se encontra com alguém que só conhecerá pela internet, por conversas pelo MSN. Ainda mais, um encontro as escuras, e em um lugar desses.
Ela ainda não conseguia compreender como ele a convencerá a isso.
De repente o susto.
- Nana...
Ela olhou assustada para trás. Ergueu os calcanhares, forçou sua visão até onde conseguia ver, olhou para todos os lados e nada encontrou.
Seu nome foi chamado mais uma vez.
- Nana...
- Quem me chama? - Perguntou a escritora assustada, com o coração disparado.
-Sou aquele que você aguardava! Me perdoe pelo atraso, mas tive um contra-tempo.
A escritora olhou para trás, mas uma vez a procura do dono daquela bela voz. Seu sangue gelou ao vê-lo. Como era belo. Sua face pálida e perfeita, seu olhos verdes irradiavam um brilho magnífico, que lembravam duas pedras de jade.
Ela se assustou a principio, e deu alguns passos para trás.
E a voz do estranho homem, ecoou pelas ruas escuras.

- Não tenha medo, minha bela escritora. Por favor, não grite, não irei lhe fazer mal.
- Não gritarei desde que cumpra com sua palavra. Confesso que estou um pouco assustada com tudo isso.
Honrarei minha palavra. Apenas quero lhe dar algo, para que mostre ao mundo.
Ela se assustou a principio, com as palavras do misterioso homem. Que até então, era a primeira vez que o via pessoalmente. Desde que começarão a se falar pelo MSN.
Mas a bela escritora de cabelos avermelhados era curiosa. E meio receosa, perguntou.
- É o que seria isso, meu caro amigo?
Em silencio, ela aguardará a resposta. Seu coração batia, como um tic-tac de um relógio, o tempo parecia ter parado naquele momento, enquanto aguarda a resposta.
- Quero lhe dar uma história, para que você possa moldá-la, com suas palavras belas.
A escritora pensou em silencio: “Ele poderia ter dito isso pelo MSN. Ah meu deus, deve ser mais um maluco que se acha vampiro. Querendo que eu escreva a história de sua vida”.
Um calafrio tomou conta de seu corpo. Ela não conseguia para de tremer, ao ouvi a voz daquele ser misterioso, em sua mente.
- Por que zombas de mim querida Nana?
- Não sou um maluco e nem de longe um mentiroso!
- E sim! Sou realmente um vampiro.
- Seria um prazer para mim, se você pudesse contar a minha história ao mundo.
A bela escritora perdera o chão. Estava totalmente paralisada, não conseguia acreditar no que estava acontecendo.
- Não tenha medo. Nunca faria mal a alguém como você Nana. Que tem amor pelo que escreve.
Com um belo sorriso, o ser da noite prosseguiu.
- Me lembro de uma noite que falávamos pelo MSN, você triste e arrasada falava comigo.
- Pois por um acaso do destino, você havia perdido os arquivos de seu novo livro. Naquela noite, pude sentir toda sua angustia e dor. Seu amor puro e imaculado por suas criações, ou como você prefere se referir, seus adoráveis filhos.
- Naquele momento de tristeza, tive a certeza que você era a pessoa certa. Há tempos, venho lhe observando e acompanhando seus trabalhos. Seu amor pelo mundo e a forma que o toca, com suas palavras singelas.
A bela escritora estava paralisada, num misto de medo, desejo e fascínio pelas palavras do belo vampiro.
- Não tenha medo Nana! Sou um imortal de palavra! E a dei a você! Não a farei mal de forma alguma.
- Chego a citar um verso muito belo, de seu poema...

Dragões, Quimeras, Centauros

Quem nesse mundo poderia negar que,
Um dia se pegou sonhando, ou desejando serem,
Verdades, coisas que o mundo finge,
Nunca ter visto.
Existi coisa mais bela e singela do que ver,
Com os olhos do coração...

A escritora, ao ouvir seu poema citado pelo misterioso vampiro como que num passe de mágica, perdera todo o medo, se entregando ao charme do sedutor vampiro. Queria saber tudo sobre ele e conhecer sua historia.
- Vejo que seu medo desapareceu. Minha querida escritora.
O vampiro, em um piscar de olhos estava ao seu lado, ela nem percebeu quando ele se aproximou.
Ele a abraçou delicadamente e, com carinho, acariciou seus cabelos avermelhados, enquanto gravava suas pressas em seu pescoço.
Uma dor suave, misturada a uma estranha sensação de prazer, tomarão conta de seu corpo.
Como se estivesse perdida em memórias que não lhe pertenciam. O vampiro transmitiu a ela, suas memórias e lembranças de seu passado.
Quanta dor e sofrimento ele já havia presenciado. Sua vida era uma eterna batalha que ele travava, através do tempo, com suas lembranças e com o destino.
Lagrimas surgirão na face da escritora!
Em silencia ela se perguntava. Como alguém, mesmo sendo imortal poderia suportar tanta dor e sofrimento dessa forma?
Isso seria praticamente impossível, era um fardo muito pesado, mesmo para ele.
Esse era o pensamento da bela escritora naquele momento, enquanto compartilhava de suas lembranças e sentimentos mais profundos.
A escritora se sentia fraca e sonolenta devido a perca de sangue, e com todas aquelas lembranças e imagens que lhe foram confiadas, sua consciência foi se esvaindo.
O vampiro a pegou com cuidado em seus braços. E elevou-se aos céus.

- Não tenha medo Nana, vou leva-lá a um lugar seguro e confortável, onde você poderá descansar.
A escritora adormecerá enquanto voava nos braços do vampiro, sem saber seu destino.
Quando acordará, já era dia. Se encontrava num luxuoso quarto de hotel a beira mar.
Ela conhecia esse lugar. Era seu lugar preferido. Sempre que desejava ficar em paz com seus pensamentos, para pode dar vida as suas idéias, se hospedava neste hotel.
Passou a mão pela ferida em seu pescoço. Não. Isso não poderia te sido só um sonho. Sonhos não deixam feridas assim.
Mais ainda, tem essas imagens e lembranças, que estão tão vivas em sua mente. Como se, ela mesma tivesse vivido cada uma daquelas lembranças. Não poderia ter fantasiado tudo isso, com tanta riqueza de detalhes, assim de uma hora para outra.
Ainda sonolenta e cansada, a escritora desceu para o Hall do hotel. Ao seu encontro, veio um jovem funcionário, com um envelope em mãos.
- Senhorita Nana, o cavalheiro que lhe deixou no hotel pediu que entregasse esse envelope.
Curiosa, a escritora pegou o envelope. E se dirigiu para o bar do hotel, pediu uma xícara de chá de ervas e começou a verificar o conteúdo do envelope. Para sua surpresa, havia uma escritura em seu nome, certificando que o hotel Beira Mar seu recanto secreto, para dar vida a suas obras, agora lhe pertencia.
Havia também, uma folha de cheque preenchida, com uma pequena fortuna.
E por fim, um pequeno bilhete.
“Nana minha adorável escritora, esse lugar e meu presente a você, pois sei que daqui já sairão muitas de suas belas historias.
Quanto a essa quantia que lhe deixo, é um pequeno pagamento por aceitar contar minha historia, sei que o fará com amor e carinho.
Peço desculpas para ti, minha dama, pois acabei conhecendo seus segredos, por meio de seu sangue e pode ter certeza que, no momento certo, irei realizá-los para você.
Então, ate lá, viva como sempre viveu. Viva para sua arte e suas palavras. Despeço-me agora, com um verso de seu poema, Musa Carmesim.

Salve... Deusa vermelha! Sóis a mulher,
Forte e poderosa, dos cabelos cor de fogo,
Que atiçam minha imaginação e acendem,
Minha alma...

Ass:Kain

A escritora com lagrimas nos olhos subiu para seu quarto.
Ela chorava de emoção, pois não conseguia conter sua felicidade, era tudo real.
Ela realmente havia vivido aquele momento mágico e misterioso, que tanto sonhará, conhecerá um vampiro.
Um verdadeiro ser da noite.
- Kain, meu adorável e encantador vampiro. Você me escolheu para contar sua bela e triste historia.
- Mostrarei ela ao mundo, de uma tal maneira que todos sentirão sua angustia e sua dor, a cada pagina que se virar, e a cada capitulo que se terminar.
- Não o decepcionarei.


Autor: Eddy Khaos

Um comentário:

  1. Realmente querido Lord Kaos , um lindo e magnifico conto , adorei como sempre estás de parabéns , bjs mil Luna.

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