Sempre me perguntam sobre o lado sexual dos vampiros, sobre como mantemos nossas relações sexuais, ou como funcionam nossos órgãos sexuais. Tal qual sempre digo, somos humanos normais nesse sentido com a exceção de que não podemos nos reproduzir, ou seja, explicando de uma forma clara: um vampiro não pode fecundar mulheres e uma vampira não pode gerar um bebe. A menos que ocorra algo através de magia ou com alterações genéticas, como se ouve falar muito atualmente.
Esses dias lembrei-me de uma noite de festa no qual sai com Eleonor (minha irmã) para uma festinha (orgia). Para que fique claro Eleonor é filha do Barão, que é tio “tataravoavô” de minha falecida mãe, ou seja, parente distante mas na mesma linhagem de sangue. Deixando mais claro ainda, chamo Eleonor de irmã, por convivência da mesma forma que homens chama outros amigos de irmãos, ok?
Pois bem vamos aos fatos daquela noite…
Todo vampiro tido como normal depende de sangue humano para sobreviver, esse sangue nos proporciona toda a energia que nos mantém mortos-vivos e precisa ser reposto de tempos em tempos. Não vem ao caso o porquê da necessidade desse líquido precioso, mas é fato que se desprovidos dele entramos primariamente em um estado de fúria, que pode proporcionar um sono quase eterno. Por que essa explicação? Sei lá, volta e meia me pergunto algo e vou respondendo como posso.
Em uma bela noite de primavera acordei com fome, a década era a de 20, o ano não lembro e a cidade era a bela rio de janeiro, no entanto, o que importa mesmo é que Eleonor havia acordado da mesma forma. É fato que vampiros quando estão com fome transpiram brutalidade e sexualidade, então imagine o ambiente naquele dia. Tomei um banho, aparei a barba e quando menos espero a sinto passando suas mãos e unhas em minhas costas. Como é bom acordar assim não é mesmo?
Entre alguns amassos e beijos, de inclusive fazer sair sangue, a convenci de ir à caça na av. Atlântica. E lá fomos-nos, eu na forma de lobo e ela como uma bela pantera negra em meio à selva fechada e com poucas trilhas que na época existiam no parque da Tijuca.
Enquanto corria em meio às árvores eu sentia meu demônio aflorando implorando para se libertar e tomar o controle, mas agüentei o quanto pude até que chegamos próximos a Praça Bernadelli, um local que não existe mais e que era ótimo para ver ao longe o majestoso Copacabana Palace.
Era perto das 22 quando andávamos de mãos dadas nas calçadas “petit pavet”, já em forma humana e em direção ao hotel. Nesta noite acontecia uma festa no lugar, pelo que lembro era um casamento mas isso não vem ao caso.
Naquela época todos andavam bem vestidos e não tivemos dificuldades em dar uma de “furão” haja vista o alto poder de persuasão de Eleonor. Ok, a beleza sobrenatural da linda moça de seios fartos e lábios carnudos, bem vermelhos, ajudaram um pouco.
É preciso informar que nesse momento o meu demônio já estava prestes a assumir e não demorou a acharmos algumas vítimas, além do que em casamentos sempre tem gente “fácinha”. Por sorte as senhoritas estavam hospedadas e nos convidaram para os seus aposentos, local onde a nossa festa começou.
Cabe aqui recordar o fino traço das senhoritas que nos acompanhavam, uma bela descendente de irlandeses, de cabelos alaranjados como o fogo. Lindos olhos azuis, vestido verde oliva de fina seda francesa com detalhes em renda e pedrarias. Sua amiga escolhida por Eleonor, era loira, tão jovem quanto à outra e dona de um sorriso rejuvenescedor que contrastava com o azul claro e radiante de suas jóias decoradas com belas turquesas.
Subimos pelo elevador e dentro dele iniciei meu festim. Entre toques suaves e pegadas firmes não demorou muito para que a pele clara da ruiva se estremecesse toda. Alguns beijos gélidos no pescoço dela e minhas presas afloraram… O corredor foi um caminho longo até o quarto, que foi aberto no desespero, fazendo a porta ser fechada com um grande estampido seco.
Antes que pudesse manifestar qualquer reação humana, meu demônio sugou a pobre ruiva até que pode, terminando antes que seu sopro de vida se fosse a fazendo desmaiar em pleno tapete branco que cobria o assoalho de fina madeira. Excitado pelo jovem sangue consumido, não precisei pestanejar muito para compreender que seria aquele dia que eu aprofundaria meu relacionamento com Eleonor.
As moças semi-nuas na cama e o forte perfume exalado pelos hormônios femininos foram o combustível motivador dos meus seguintes atos. E lá ficamos nós três envolvidos pela ardente excitação sobrenatural no mais fabuloso ménage atroa, onde três almas se tornam apenas uma. É certo que depois de alguns instantes éramos apenas dois, mas quem disse que queríamos parar?
Quarto arrumado com as donzelas deixadas sob os lençóis e voltamos corados para casa. Esta noite havia selado algo que nos unia há muito tempo, sentimentos recolhidos que se expandiram na forma de uma grande amizade fraternal que dura até os dias de hoje.
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