O post 200 apresenta uma banda que tem um potencial de crescimento muito grande. Bem naquelas: "você ainda vai ouvir falar muito sobre eles".
O que você diria da curiosa mistura do rock com ritmos africanos? Estranho, né? E é isso que você encontra ao ouvir o Vampire Weekend, uma banda de Nova York, formada em 2006. Não vou me arriscar a emitir um rótulo para o som do grupo, mas não posso me limitar na exposição dos pontos positivos (e acredite, o som é tão sincero que não há como numerar pontos negativos). A percussão toma em suas mãos o controle, a identidade sonora da banda e amarra sua características junta à memória do ouvinte, que se nega a esquecer qualquer uma das músicas.
A audição do álbum que leva o nome da banda, lançado no começo desse ano, é tão prazerosa, que você se impressionará ao notar que já sabe qual é a sequência das faixas. Mas é claro que o álbum não fica apenas na percussão, por Cristo, não pense que se tratam de batidas repetitivas e tribais. O mais intrigante no som deles é o papel que o baixo faz junto ao compasso de batidas, sejam elas convencionais ou 'exóticas'. Cada acorde desse instrumento essencial é um aperto, uma pressão no senso musical do ouvinte. Mas não há como ficar muito tempo preso a um detalhe: Os arranjos brincam numa ciranda harmoniosa, girando em variações precisas, em pequenas tiradas, como vozes de multidão, raios cortantes de sons de violino e claro, toda a atmosfera de savana que é perfeitamente transportada aos fones e caixas de som ocidentais através da faixa 'Cape Cod Kwassa Kwassa'. Se você lembrar de cenas do Rei Leão, pode rir. 'A-Punk' é uma aventura através de uma versão pop africana, com guitarrinha maleável e canção irrepreensível. 'M79' é iniciada numa textura clássica, renascentista aquela coisa européia do século 16, mas não se engane: a estética dá um salto das terras européias e cai em quentes areias de Kingston, na Jamaica, simulando um rápido dub malicioso e flexível, se esticando até aqueles ritmos caribenhos. 'Mansard Roof' é mais conhecido pelos seus ouvidos, mas é tão complexas em minúcias encantadoras, que ampliam a já rica liga de atrações do arranjo. E ainda há espaço para influências dos anos 80 e a new wave dos Talking Heads, na faixa 'One (Blake's Got A New Face)'. Toques de sintetizador são caprichosamente distribuídos ao longo da música. Muito bom.
O som do Vampire Weekend é uma viagem exótica que passa por lugares misteriosos e e vai até regiões já conhecidas, mas a incrível impressão é de tudo está ligado, de que tudo acaba sendo a música típica do planeta. Não é bem aquilo que chamam de world music, não tem nada a ver. Mas a união de ritmos faz da música da banda algo universal. Daqui a pouco eles incluem um samba.
Set List
1- Mansard Roof
2- Oxford Comma
3- A-Punk
4- Cape Cod Kwassa Kwassa
5- M79
6- Campus
7- Bryn Koenig, Vampire Weekend 2:13
8- One (Blake's Got a New Face)
9- I Stand Corrected
10- Walcott
11- The Kids Don't Stand a Chance
Baixar o disco!
Experimente! Ouça a terceira faixa do álbum!
domingo, 25 de janeiro de 2009
Vampire Weekend - Vampire Weekend
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