terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Vampyres - 1974 clássico


Vampyres [1974]
Direção: Jose Ramon Larraz
Com: Marianne Morris, Anulka Dziubinska, Murray Brown, Brian Deacon, Sally Faulkner, Michael Byrne

José Ramón Larraz, nascido em Barcelona no ano de 1929, teve sua carreira como diretor marcada pela polêmica. Autor de obras controversas como “La visita del vicio” (1978) e “Los ritos sexuales del diablo” (1982), que continha uma grotesca cena de sexo entre uma mulher e um bode durante ritual satânico, Larraz nunca teve medo de ousar. Não é de se estranhar que seu maior sucesso tenha sido um dos títulos mais acessíveis de sua filmografia, embora isto não signifique que Larraz tenha abordado algum tema mais leve. “Vampyres”, de 1974, investe no filão das vampiras lésbicas, que infestavam as telas no início dos anos 1970. Estrelado pela modelo Marianne Morris e pela coelhinha da Playboy Anulka Dziubinska, “Vampyres” teve produção bem cuidada e fotografia elegante, apesar de explorar o erotismo e as cenas extremamente violentas.
Duas amantes, Fran (Marianne Morris) e Miriam (Anulka Dziubinska), são brutalmente assassinadas por atirador misterioso enquanto fazem amor. Elas ressurgem como vampiras e passam a atrair homens para a mansão gótica em que “vivem”. Após seduzi-los, as vampiras os massacram impiedosamente. A rotina de sexo e sangue é quebrada quando Fran se apaixona por uma possível vítima, Ted (Murray Brown). A chegada de John (Brian Deacon) e Harriet (Sally Faulkner), um casal em viagem de férias que escolhe a vizinhança da mansão para estacionar seu motor-home, também coloca o segredo de Fran e Miriam em perigo.
Não há dúvidas de que Marianne Morris e Anulka Dziubinska tenham sido escolhidas pela beleza de seus corpos e não pelo talento dramático. Contudo, Larraz capta suas expressões e visual imponente com maestria, enriquecendo a presença das moças em cena. O grande toque de Larraz foi a forma de encenar a fúria predatória das vampiras. Para Fran e Mirian, não basta apenas uma clássica mordida no pescoço. Elas destroçam suas vítimas com unhas e dentes em seqüências que são verdadeiros banhos de sangue. Tanto as várias cenas de sexo quanto as de violência possuem montagem frenética, além dos ângulos peculiares usados por Larraz em outros momentos. Grande admirador de histórias em quadrinhos, o diretor espanhol costuma dizer em entrevistas que cada posição de câmera em “Vampyres” é como um quadro de HQ. As andanças das amantes vampiras por cenários lúgubres, usando capas negras esvoaçantes, são ao mesmo tempo visualmente belas e ameaçadoras.
Filmado na Inglaterra, “Vampyres” utiliza muitos cenários naturais usados anteriormente pela Hammer Films, como a mansão de Oakley Court e o cemitério da Igreja de Denham. Este ambiente, belamente fotografado por Harry Waxman (também responsável pelas imagens de “O homem de palha” – “The Wicker Man”, 1973), cria a atmosfera perfeita para a trama. Na época de seu lançamento, “Vampyres” sofreu muitos cortes em quase todos os países em que foi exibido. Isto não prejudicou sua popularidade, que aumentou nos últimos anos com o lançamento do DVD americano que contém a versão do diretor Larraz, sem cortes. No Brasil, a obra prima de José Ramón Larraz chegou apenas no formato VHS, com o título “Vampyres – As filhas de Dracula”.

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