domingo, 12 de junho de 2011

Batalha do Apocalipse – Eduardo Spohr




A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr, teve uma longa e difícil trajetória em sua criação e publicação. O autor declarou que passou 2 anos escrevendo a obra. Entendo o longo caminho de produção, pois quem leu o livro sabe da riqueza dos detalhes. A primeira edição foi lançada de forma independente em 2007, ou seja, o próprio autor bancou a publicação de seu livro. Através de dois amigos, donos do blog Jovem Nerd, o título foi bastante divulgado e fez sucesso entre os internautas nerds, fazendo com que fosse produzido mais volumes, sempre de forma independente. O sucesso foi tão evidente que uma nova edição foi lançada, com selo da loja NerdBooks, em 2009.

O livro é um sucesso por ser excelente!! Mas se não fosse o bom trabalho de marketing bem-feito da galera do Nerdcast e a determinação do autor, esta magnífica obra poderia estar engavetada. A Editora Verus se interessou pelo título (claro, o mesmo já era bastante conhecido) e desta vez a negociação foi bem sucedida, pois nas tentativas anteriores o livro sempre era negado.

Em 2010 A Batalha do Apocalipse foi lançada nacionalmente através da Editora Verus. O sucesso deste livro só aumentou desde então.

A edição especial de natal foi lançada em dezembro de 2010. Esta edição especial contém materiais extras, expandindo ainda mais o universo de A Batalha do Apocalipse. Tornado o mundo mais amplo!! Todo este conteúdo foi desenvolvido por Eduardo Spohr, com belíssimas e lindas ilustrações do desenhista André Ramos.

A Batalha do Apocalipse conta a trajetória do Anjo Renegado, Ablon, que foi expulso do céu por não concordar com os ideais do Arcanjo Miguel. Por causa da tirania do Príncipe dos Anjos, três grupos distintos se formaram: anjos poderosos que apóiam os cruéis planos de Miguel, o de exterminar a humanidade e tomar o lugar do criador, Yahweh; anjos com índoles cruéis que seguem o Arcanjo Lúcifer. O plano do Arcanjo Negro é destronar seu irmão; e o pequeno e fiel grupo de querubins, onde Ablon foi o último sobrevivente da raça guerreira, perseguidos pelos anjos nefastos de Miguel e traídos pelos demônios de Lúcifer.

Como punição, Ablon é obrigado a vagar pela terra, sempre se escondendo dos caçadores do Príncipe dos Anjos e assistindo as maiores atrocidades com as criaturas do criador. O trajeto do Anjo Guerreiro é árduo, mas sua jornada fica mais amena ao conhecer a Feiticeira de En-Dor, Shamira. A amizade e o companheirismo entre os dois acabam por se converter em amor. O amor dos dois é mostrado com muita sutileza, mas este é muito profundo!!

A história é uma mistura de passagens bíblicas, históricas e flash backs. Toda essa colcha de retalhos vai se unindo aos poucos para explicar o terrível presente e a ingrata missão de Ablon. O mundo de Spohr é muito mais amplo. Várias mitologias se convergem na história. A mitologia cristã se funde, por exemplo, com um mundo onde fadas, elfos e dragões são uma realidade.

A riqueza dos detalhes da fisionomia e personalidade de cada personagem é um espetáculo a parte. Cada um que surge, tem sua própria história até o seu último suspiro, tornando a obra ainda mais rica e dando importância a cada vida que é apresentada.

[Possui alguns Spoilers!!]

Vou citar/comentar alguns trechos fascinantes. É difícil se lembrar de todos, mas alguns impressionam por sua importância. Estes são:

+ O duelo entre o Arcanjo Gabriel, o Mestre do Fogo, contra o Anjo Guerreiro. A descrição da disputa me fez lembrar as lutas dos Cavaleiros de Bronze entre os Cavaleiros de Ouro, do anime Saint Seiya (LOVE!!).

+ À rápida, mas ágil disputa de Shamira contra o feiticeiro Zamir;

+ A “visita” e “permanecia” de Ablon no reinado de Lúcifer;

+ Os relatos e a dolorosa morte de Lilith, a Rainha das Succubus;

+ A revelação do arcanjo Gabriel sobre a Criança Sagrada. Gostei bastante de como foi apresentada;

+ Interessante ter um pouco mais conhecimento sobre as Batalhas Primevas, onde o Altíssimo derrotou Tehom/Deuses das Trevas e depois criou o mundo;

+ Vale destacar o verdadeiro paradeiro de Yahweh, o Altíssimo, que não está adormecido, pois desejou a onipresença. Queria estar em todos os lugares, ver todas as coisas e provar as belezas do mundo. A energia do Criador prospera, sobrevive e se multiplica sobre a superfície da terra. O poder de Deus reside no amor incondicional;

+ E por fim, descobrimos o segredo mantido pelos irmãos arcanjos, Lúcifer e Miguel, que é arrebatador. Os arcanjos protagonizam algo que é muito comum em nosso mundo. Grupos ditos “rivais”, mas que na verdade apenas partilham o poder. Partidos políticos, grandes corporações, etc. Fingem muitas vezes se opor, mas na realidade apenas estão jogando para a platéia.

O desfecho de A Batalha do Apocalipse é como uma bomba que está preste a explodir a qualquer momento, tamanha é a tensão sobre cada combate. É um final ideal e surpreendente!!

A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr, é uma obra única, que transborda esperança, amor, amizade, lealdade e ressalta que somos donos de nossos caminhos, pois "Se o passado não volta e o futuro a "deus" pertence: o presente é nosso!!"


Trailer “A Batalha do Apocalipse”



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