quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

As lendas de vampiros

As lendas de vampiros são muito antigas e presentes no imaginário de diversos povos. Talvez sua origem seja baseada em um antigo mito de que através do beijo seria possível apoderar-se da vida e da alma de outra pessoa; a exemplo de muitos povos africanos que acreditavam que o beijo era algo diabólico e que a pessoa beijada poderia ter sua alma absorvida se permitisse ser beijada. Entre os antigos astecas havia essa mesma alusão ao beijo, entretanto, o mesmo não era considerado demoníaco, e sim uma forma de canibalização que simbolizava a oferta ritual da pessoa a ser sacrificada aos deuses. O sangue também tem um forte valor simbólico em diversas culturas: significa vida, paixão, poder, força, e também carrega consigo uma série de tabus e interditos. É difícil afirmar quando surgiram as primeiras histórias, pois aparecem referências desde a Grécia antiga.

Organizado por Beatrix Algrave

Assim presente no folclore de muitas culturas, o vampiro ganhou vida eterna através da literatura a partir do início do século XIX. Autores como Hoffman e Gogol também contribuíram com o mito. Drácula, de Bram Stoker, foi editado em 1897 e, desde então, jamais deixou de ser publicado.

O Vampiro Original

Existem lendas de vampiros há milênios antes de Cristo. Na literatura, por exemplo, eles já são citados pa Grécia por Aristófanes em sua peça "As rãs" (405 A.C) que faz menção à Ampusa, demônio feminino, filha de Hecate que seduzia os homens para se alimentar de seu sangue e manter-se sempre bela e jovem. Ampusa era descrita como tendo os pés de bronze, seus filhos demônios são chamados de ampusae. Na verdade não se pode afirmar que esse tenha sido o primeiro registro, pois as origens do mito se perdem séculos e séculos atrás quando a tradição oral prevalecia.

Contos de seres sobrenaturais que costumam consumir a carne ou o sangue dos vivos, foram encontrados em quase todas as culturas ao redor do mundo por muitos séculos. Atualmente é costume associar-se essas entidades com vampiros, mas em tempos antigos, o termo vampiro não existiam;, então beber sangue e atividades similares foram atribuídas a demônios ou espíritos malignos, até mesmo o diabo foi considerado sinônimo de vampiro.

Quase todas as culturas associaram o hábito de beber sangue com algum tipo de morto-vivo ou demônio, ou em alguns casos, a uma divindade. Na Índia, por exemplo, há referência aos vetalas, que são seres que habitam cadáveres e se alimentam de sangue. Além dos vetalas há referências aos Pishacha que são os espíritos dos iníquos ou daqueles que morreram loucos e que voltam para atormentar os vivos, estes também alimentam-se de sangue e tem atributos vampíricos.

A deusa indiana Kali, com dentes pontiagudos e uma coroa de flores ou de crânios de cadáveres, também esteve intimamente ligada com a prática de beber sangue. No Egito a deusa Sekhmet também bebia sangue.

Os persas foram uma das primeiras civilizações a ter mitos sobre demônios bebedores de sangue.

Na antiga Babilônia havia o mito do demônio Lilitu, que daria origem ao mito hebraico de Lilith.

Lendas sobre vampiros se originaram no oriente e viajaram posteriormente para o ocidente através da Rota da Seda para o Mediterrâneo. De lá, elas se espalharam por terras eslavas e pelas montanhas dos Carpathos. Os eslavos têm as lendas mais ricas sobre vampiros. Elas estavam originariamente mais associadas aos iranianos e à partir do século VIII é que se espalharam por terras eslavas. Quase na mesma época em que essas histórias começaram a se difundir, iniciou-se o processo de cristianização da região, e as lendas de vampiros sobreviveram como mitos muitas vezes associados ao cristianismo.

Mais tarde, os ciganos migraram para o oeste pelo norte da Índia (onde também existem um certo número de lendas sobre vampiros), e seus mitos se confundiram com os mitos dos eslavos. Os ciganos chegaram na Transilvânia pouco tempo depois de Vlad Dracula nascer em 1431. O vampiro aqui era um fantasma de uma pessoa morta, que na maioria dos casos fora uma bruxa, um mago, ou um suicida.

Vampiros eram criaturas temidas, porque matavam pessoas ao mesmo tempo em que se pareciam com elas. A única diferença era que eles não possuíam sombra, nem se refletiam em espelhos. Além disso podiam mudar sua forma para a de um morcego, os tornavam difíceis de capturar e bastante perigosos. Durante a luz do dia dormiam em seus caixões, para à noite beber sangue humano, já que os raios eram letais para eles. O método mais comum era, pela meia noite, voar por uma janela na forma de um morcego e morder a vítima no pescoço de forma que seu sangue fosse totalmente sugado. Os vampiros não podiam entrar numa casa se não fossem convidados. Mas uma vez que eram poderiam retornar quando bem entendessem. Os vampiros eslavos não eram perigosos somente porque matavam pessoas, (muitos seres humanos também faziam isso) mas também porque suas vítimas, depois de morrerem, também se transformavam em vampiros. A característica mais temida dos vampiros era o fato deles serem praticamente imortais. Apenas alguns ritos podiam matar um vampiro como por exemplo: transpassar seu coração com uma estaca, decapitá-los queimar seu sangue. Esse tipo de vampiro também é o mais conhecido, por ter sido imortalizado na figura do mais famoso vampiro de todos os tempos, o Conde Drácula, de Bram Stoker.

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