quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

´BLACULA- O VAMPIRO NEGRO

Blácula, o Vampiro Negro

Blacula (1972)
Com a blaxploitation a todo vapor, tomando partido da busca por uma identidade negra no fim dos anos 60, inicio dos 70, não houve gênero que escapasse de seus tentáculos. Embora muito mais afeita aos filmes de gangues, o horror teve com este Blacula o exemplar mais iconográfico e cult. Só o título já soa risível pelo absurdo da idéia de converter um personagem da literatura conhecidamente branco, vindo dos Cárpatos, para a raça negra. A trama, bem simples, começa realmente como um filme de terror, mas o desenrolar acaba ganhando contornos de policial pé de chinelo bem previsível. Em 1800 e qualquer coisa, príncipe africano vai com a esposa até a Transilvânia pedir ao Conde Drácula que pare com o comércio de escravos. “Para nossa surpresa”, ele é mordido, e sua esposa deixada à míngua. Corte rápido, vamos para a atualidade, ou seja, início dos 70, quando casal inter-racial de decoradores bichas compra um caixão sem saber que contem Blacula. Desperto, claro que o Conde africano achará sua esposa reencarnada, enquanto vai mordendo muitos pescoços ao som da soul music. Paralelamente, detetive tenta desvendar porque cadáveres estão voltando à vida, a começar pelo gay Black Power do começo, que mesmo morto freqüenta os bas-fonds à caça de sangue másculo. De produção miserável, a primeira mostra do que nos aguarda está no séquito de Drácula usando dentaduras daquelas que vendem em banca de revistas e perucas de ráfia brilhante. Diferente do que se está a costumado a ver nos vampiros, Blacula quando vai atacar muda de aparência, com mono celha e costeletas avantajadas, mas fora isso, todo o resto foi preservado. De charme trash irresistível, sua metragem é bem curta, o que garante diversão sem qualquer aborrecimento.

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