segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Lake of Dracula

lakeofdracula
According to legend vampires cast no reflection, so it is perhaps not so surprising that this attempt from Toho Studios to mirror a strain of cinema so grounded in European folklore should lack any real bite.
Jasper Sharp, sobre Lake of Dracula in Midnighteye.com

Tropecei à algumas semanas numa atrás numa curiosa limited edition de 3 DVD, editada pela Shadow Warrior (uma obscura editora britânica de clássicos de terror e exploitation japoneses), com três dos seis filmes que Michio Yamamoto realizou para a Toho, tentando responder às cada vez maiores edições de culto que a Hammer lançou nos finais de 60 e principios de 70. Esta suposta triologia contém Chi o suu bara (Bloodthirsty Roses, aka Evil of Dracula), o já conhecido Lake of Dracula e a curiosidade Yureiyashiki no Kyofu (Bloodsucking Doll, aqui 'renomeado' como Legacy of Dracula, atirando o futuro comprador para a confusão).

Se as duas primeiras obras são já conhecidas dos fans do cinema de terror japonês dos anos 70, sobretudo pela presença de Shin Kishida, o Christopher Lee japonês e figura de culto do B japonês, já Bloodsucking Doll é um dos filmes menos vistos da cinematografia curta deste realizador e a 'cereja no topo do bolo' desta edição, revelando uma pérola do cinema de vampiros japonês.

Muito já foi dito sobre estes 3 filmes já clássicos da Toho, como a sua irresistível cheesiness e pirosa abordagem aos cénarios e clichés 'ocidentais', em mansões 'ocidentais' repletas de espelhos e candelabros, com belas vampiras em vestes decotadas e transparentes ('resuscitando' visões das Hammer Pin ups), mas o que fica de uma visão mais atenta, e algo contraditória à crítica a Lake of Dracula da Midnight Eye, é a forma como Yamamoto 'acarinhou' a direcção destes três filmes, tornando-os documentos de culto quase imediatos.

Com bandas sonoras datadas mas irresistíveis, 'paisagens psicológicas' de gosto exploitation soberbas, que aglomeraram todas as influências do cinema de terror dando-lhe um sabor muito anos 70 (uma das décadas mais interessantes do cinema B japonês), estas três já clássicas pérolas do cinema de vampiros merecem uma redescoberta urgente, talvez para tirar alguma da carga negativa que a crítica foi dando a estes filmes (e sobretudo a Lake of Dracula) e para dar a conhecer a tão menosprezada obra de Yamamoto.

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